segunda-feira, 11 de julho de 2022

Dom Vital pode se tornar primeiro santo paraibano e processo de beatificação deve ser entregue em outubro ao Vaticano

O padre ainda reforçou que Dom Vital já teve interferência em vários milagres e que relatos dão conta de sua santidade.

Segundo ele, não existe um prazo para que a Igreja Católica santifique um religioso. (Foto: reprodução)

O religioso Dom Vital pode se tornar o primeiro santo da Paraíba. Em entrevista ao ClickPB, nesta segunda-feira (11), o padre Pedro, da paróquia de Pedras de Fogo, explicou que o processo de beatificação deve ser entregue em outubro ao Vaticano para que seja dada continuidade ao projeto de sua santificação. 

 "Agora está sendo concluída a documentação, com uma síntese de tudo o que foi documentado, analisado e buscado para provar que ele é herói e é santo. Então o primeiro passo é a beatificação e logo depois a canonização, onde será declarado santo", destacou. 

O padre ainda reforçou que Dom Vital já teve interferência em vários milagres e que relatos dão conta de sua santidade. "Tem diversos relatos de milagres atribuídos a ele. Uma senhora que já vinha pedindo a Deus para que seu filho pudesse arrumar um emprego, e ela se valeu de Dom Vital para que se valesse dessa graça. Ela pediu pela causa em uma missa e três dias depois o menino foi chamado para uma empresa que já trabalha a seis anos. Outro caso foi uma senhora com um tumor que pediu a cura a ele e o tumor desapareceu completamente. Outra senhora em uma cirurgia de alto risco se valeu de Dom Vital e ficou curada, existem muitos relatos. Já enviamos esses relatos para o Vaticano. 

Segundo ele, não existe um prazo para que a Igreja Católica santifique um religioso. "Não tem como ter um prazo para quando isso irá ocorrer. Mas estamos fazendo tudo que é necessário para conquistar esse reconhecimento por seu legado santo. Sabemos que isso pode demorar anos, décadas ou até mais", disse. 

História

Nomeado bispo de Olinda, em 21 de maio de 1871, dom Vital viveu momentos difíceis em seu pastoreio. Travou uma luta contra o governo imperial, uma vez que encontrou na Diocese muitos padres maçons e confrarias governadas por maçons, situação proibida pelo Papa Pio IX, através da Bula Syllabus, em 1864. A proibição do Papa não foi aceita pelo imperador, já que muitos membros do governo, católicos e padres eram maçons. O bispo enfrentou Governo e Imprensa e mandou fechar em Pernambuco todas as irmandades religiosas que mantinham relações com membros da maçonaria.

Em resposta, o Visconde do Rio Branco, primeiro ministro e maçom, mandou prender o bispo e o condenou a quatro anos de prisão com trabalhos forçados. Preso no Recife, foi levado para o Rio de Janeiro, chegando em 2 de janeiro de 1874. Permaneceu durante um ano e meio na fortaleza de São João, de onde saiu ao ser anistiado pelo Gabinete presidido por Caxias, o novo primeiro-ministro. Essa luta entre a Igreja e o Trono ficou conhecida como “Questão Religiosa”.

Ao ser solto, o bispo seguiu em viagem à Europa, iniciada por Bordeaux, passando por várias cidades francesas e italianas, até chegar a Roma, onde foi recebido pelo Papa Pio IX. Nos dois anos de vida que ainda teve, Dom Vital fez várias viagens pela Europa, permanecendo pouco tempo em sua Diocese.

Dom vital faleceu em Paris, França, no dia 4 de julho de 1878. Seus restos mortais foram trazidos para o Recife e colocadas na Basílica de Penha em 1881. Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira, O.F.M.Cap., nasceu em Pedras de Fogo -PB, 27 de novembro de 1844 e faleceu em Paris, 4 de julho de 1878.

ClickPB


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