segunda-feira, 11 de março de 2013

O Areópago de Itambé-PE foi uma das principais sociedades secretas da elite pernambucana; onde discutiam-se e difundiam-se “as infames ideias francesas”

A luta contra Portugal - 1817


Há certos fatos que a história sua preservação, para que as nações onde ocorreram não esqueçam a opressão e sejam capazes de cultuar eventuais mártires de grandes causas. Queremos nos reportar à quarta-feira passada, quando a Revolução de 1817, ou rebelião como pretendem eclodiu, completando, este ano, 196 anos de decurso.

A Revolução Pernambucana de 1817, também conhecida como a Revolução dos Padres, tamanha a sua quantidade na participação do movimento rebelde que lutou contra o absolutismo monárquico de Portugal, tendo como finalidade maior a Independência do Brasil. 

Entre as causas determinantes da insurreição, destaquem-se as ideias do Iluminismo que vinham da Europa, onde prosperavam novas ideias, disseminadas em nosso Estado e no País pelas sociedades maçônicas.

No começo do século XIX, Olinda e o Recife, as duas maiores cidades pernambucanas, tinham, juntas, 40 mil habitantes, enquanto o Rio de Janeiro, capital da então Colônia, 60 mil, aspecto que serve para comparar a importância da população, além da economia local que escoava a produção de açúcar de centenas de engenhos da zona da Mata, e de algodão, outro produto relevante em termos financeiros.

 Ao mesmo tempo, as ideias liberais que ganhavam espaço político na Europa ingressavam no Brasil através de viajante estrangeiros, de livros e outras publicações importadas do exterior, as quais despertavam o sentimento de revolta da elite de Pernambuco, cuja grande parte concentrava-se , desde o fim do século XVIII em sociedades secretas, a exemplo das lojas maçônicas.

Entre estas últimas, merecem ser citadas as principais: Areópago de Itambé; Patriotismo; Restauração; Pernambuco do Oriente; e Pernambuco do Ocidente. Ali, segundo os nossos dominadores (portugueses) discutiam-se e difundiam-se “as infames ideias francesas”. Por sua vez, nas sociedades secretas, reuniam-se intelectuais, sacerdotes e militares planejando a revolução.

Outra causa imediata para a rebelião era a hegemonia de portugueses à frente do Governo e da administração pública. Recorde-se que quando dom João Vi transferiu a Corte para o Rio de Janeiro, vieram, juntamente com a Família Real, cerca de 15 mil pessoas que eram sustentada pelos cofres públicos.

O governador de Pernambuco era compelido a enviar elevadas somas de dinheiro, provocando dificuldades em honrar compromissos locais, como o soldo dos militares e outras pessoas dependentes do Governo.

A Revolução iniciou-se com a ocupação do Recife, em 6 de março de 1817. O capitão José de Barros Lima, conhecido como Leão Coroado, reagiu à voz de prisão, eliminando a golpes de espada o comandante Barbosa de Castro. O governador Caetano Pinto Montenegro, temeroso, refugiou-se no Forte do Brum, terminando por se render.

O movimento foi liderado por Domingos José Martins, com o apoio de Antônio Carlos de Andrada e Silva e Frei Caneca, instalando um governo provisório e proclamando a República.
Houve tentativas de obter o apoio de províncias vizinhas, o qual fracassou na Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará. Portugal reagiu e esmagou a semente revolucionária que continuou germinando em Pernambuco.

Fonte: Folha-PE